Taxistas cobram preços exorbitantes na saída de eventos e aeroportos: corrida do Engenhão a Copacabana por até R$ 500

Taxistas cobram preços exorbitantes na saída de eventos e aeroportos: corrida do Engenhão a Copacabana por até R$ 500

Aplicativos de táxi estão em alta

É uma cena bastante comum nas saídas de shows e aeroportos do Rio. Ao pedir um táxi, o passageiro ouve, logo após dizer seu destino, o valor da corrida. O taxímetro é desprezado, e o preço a ser cobrado pelo trajeto chega a quintuplicar a depender da demanda. No show da banda RBD, no Estádio Nilton Santos, no Engenho de Dentro, há dez dias, taxistas estavam pedindo R$ 250 para fazer uma viagem até Copacabana — o que deveria custar R$ 100. Mas o gasto duplicou para quem buscou os táxis executivos, que chegavam a pedir R$ 500. Um dos taxistas abordados pela equipe do GLOBO alegou que só poderia se deslocar se ganhasse, no mínimo, R$ 300.

Problemas recorrentes

A cobrança no “tiro” — com o taxímetro desligado — é proibida. No entanto, com a cidade recheada de eventos internacionais e atraindo cada vez mais turistas, taxistas têm se aproveitado da falta de fiscalização e da alta procura para exigir valores exorbitantes. A psicóloga Ana Laura Lima, de 27 anos, veio de Minas Gerais para realizar o sonho de assistir ao show da banda mexicana. Porém, se surpreendeu com o preço da volta para casa. A jovem conta que taxistas convencionais pediram R$ 120 por uma corrida até o Méier — que sairia por R$ 25.

Nenhum conhecimento sobre a cidade

— Eu não esperava gastar esse dinheiro. Fica muito difícil pedir carro por aplicativo quando há várias pessoas demandando ao mesmo tempo. Assim, o público acaba se rendendo e pagando um valor absurdo, pois precisa ir para casa — lamentou.

Maus tratos também na porta do show de Taylor Swift

Na noite desta sexta-feira, a bandalha na porta do Nilton Santos se repetiu após o primeiro show de Taylor Swift no Rio. O taxista de uma cooperativa cobrou R$ 500 para fazer uma viagem até a Lagoa — que deveria custar R$ 93, menos de um quinto. Ele alegou que precisava pagar propina a guardas municipais:

— Eu não posso cobrar menos do que isso. Se você quiser, pode achar outras pessoas para ajudar, porque estou cobrando R$ 100 por assento. Não posso cobrar menos porque ainda tenho que molhar a mão dos guardas por conseguir parar com o carro aqui perto.

A professora Dandara Souza, de 32 anos, veio de Fortaleza para assistir à apresentação de Taylor Swift. Hospedada no Catete, na Zona Sul do Rio, se assustou com a cobrança de R$ 250 para voltar ao hotel de táxi — três vezes mais que o preço regular.

— É a minha primeira vez no Rio, então eu não tenho tanta noção do valor dos táxis aqui. De qualquer forma, eu achei bem caro. O jeito vai ser ir no fluxo da galera e usar o transporte público mesmo — disse.

Fiscalização está comprometida

A Secretaria de Ordem Pública (Seop) informou que a denúncia do taxista foi encaminhada para a corregedoria da Guarda Municipal. Acrescentou que fiscais ficam no bolsão de táxis nas imediações do estádio e que, na sexta-feira, dois motoristas foram flagrados cobrando no “tiro”. Eles serão convocados a dar explicações.

Preços abusivos também no aeroporto

Já na chegada à cidade, a recepção pode ser decepcionante. Na porta do Santos Dumont, na última quinta-feira, taxistas menosprezavam a tabela da Secretaria municipal de Transportes (SMTR) — criada para acabar com as bandalhas nos aeroportos e na Rodoviária do Rio. De Alagoas, a professora Thaís Martins, de 31 anos, veio passar o fim de semana no Rio para assistir ao show da cantora Taylor Swift e disse que não esperava ter problemas para conseguir se deslocar até o apartamento em que ficaria hospedada no Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. A corrida estava saindo a R$ 150 no táxi especial e a R$ 95 no convencional. O preço na tabela da prefeitura, na bandeira 1, é de R$ 80.

— Eu não sei o motivo, mas está muito difícil conseguir um carro por aplicativo. Acredito que seja o trânsito para chegar até aqui e depois sair. Não conheço a cidade direito, então não tenho coragem de usar os transportes públicos sozinha. Vi o VLT ali, mas acho que não me ajuda muito. Estou vendo se acho alguém aqui no aeroporto com o mesmo destino para dividirmos — disse Thaís Martins

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